Para se ler “Só os Anjos Morrem Cedo” do escritor John Dekowes, é preciso largar os preconceitos de lado, despojar-se de valores morais e religiosos já arraigados pelo tempo; deixar a mente fluir despreocupadamente, para poder então, entender e encarar a catarse humana que é revelada por Halcen, um ser humano em fase terminal de vida, e que não deseja ir ao encontro da morte sem antes confessar a alguém os seus medos, desejos e anseios que ainda estão muito fortes dentro de si.
Essa oportunidade surge quando o seu corpo é invadido por um ser alienígena, chamado Vortlan; um guerreiro do planeta Altÿon, e que foge do seu mundo dominado pelos Maharnóides – seres de estruturas bio-luminescentes e sugadores de energia cósmica.
Vortlan era um guerreiro treinado para a batalha! Aprendera agir instintivamente, a ter um raciocínio ágil, lógica infalível e rapidez nas soluções, mas tudo fica confuso, ao perceber-se aprisionado dentro do corpo de um ser completamente desconhecido, e com uma missão quase impossível e numa situação muito estranha e inusitada, era o hospedeiro do seu próprio hóspede!
E a descarga emocional que começava a receber numa enxurrada de imagens mentais, lhe revela toda a vida daquela entidade, como se estivessem sendo escritas com tinta Cyryl, e depois gravadas em sua mente alienígena... Aos poucos ele vai percebendo que aquele alienígena humano não é muito diferente dele, e que seus destinos estão irremediavelmente ligados para sempre.
“Só os Anjos Morrem Cedo” vasculha a alma e os sentimentos humanos de um modo frio e cruel, sem nenhum pudor. E às vezes o próprio leitor vai se questionar sobre o que está lendo: as emoções serão suas, de Halcen ou do alienígena?
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